Nos últimos seis meses, o número de brasileiros considerados pobres quase triplicou, e é bem provável que você leia essa manchete por aí ao longo da semana. Isso porque, a quantidade de pessoas consideradas pobres saltou de 9,5 milhões em agosto de 2020 para mais de 27 milhões em fevereiro de 2021.
Antes de mais nada, por que isso importa? Isso é relevante, pois é o mesmo que dizer que mais de 10% da população brasileira está vivendo com até R$ 232 por mês — sim, é isso mesmo.
Acontece que, apesar de gritantes, esses dados devem ser analisados com cuidado, já que mostram um “efeito sanfona” na economia brasileira e não um fato isolado.
Como assim? No ano passado, com a ajuda do auxílio emergencial, o Brasil reduziu o nível de pobreza e também o de pobreza extrema, que bateu um recorde histórico por ter sido reduzido ao seu menor nível em 40 anos.
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Em junho de 2020, “apenas” 3,3% dos brasileiros (6,9 milhões) estavam em situação de extrema pobreza. Houve um aumento de 21,4 milhões de pessoas na Classe C durante a pandemia, vindas sobretudo da população mais pobre.
Hoje, no entanto, temos 27 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, o que representa cerca de 12,73% da nossa população. Para se ter uma ideia, é mais que a cidade de São Paulo toda e mais que a população do Chile.
Além dos números da pobreza em si, que não é um problema inédito no Brasil, o que também preocupa é a desvalorização da nossa moeda e o aumento da inflação. Esses dois fatores provocam a alta no preço de itens básicos de consumo dos brasileiros, diminuindo o poder de compra da população, sobretudo para os mais pobres.
Expandindo o foco, temos apenas um objetivo: o aumento da vacinação, já que assim as pessoas podem voltar a trabalhar, colocando a economia de volta nos trilhos, uma vez que o auxílio, por si só, se mostrou apenas um bom paliativo — o que é diferente de dizer que não seja necessário no momento.
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