Matheus e Cristiano cresceram perto um do outro. Estudaram na mesma escola, frequentavam os mesmos lugares, tinham vários amigos em comum, mas nunca tinham se enxergado.
- Em outras palavras, eles se conheceram cedo, mas só se encontraram mais tarde.
Quando entraram na faculdade, os dois perderam contato. Fazendo cursos diferentes, mal tinham notícia um do outro — só um like aqui e outro ali nas redes sociais.
Até que, na sincronia entre coincidência e destino, a vida deu um jeito de aproximá-los de novo: o Cris começou a ficar com uma das melhores amigas do Matheus.
A paquera não era das mais sérias e quem estava em volta já imaginava que aquilo ali não iria pra frente — o Cristiano não sabia o que queria.
Depois de algumas festas e dates juntos, os dois perceberam que gostavam da companhia um do outro, mas seriam melhores como amigos.
- Eles se envolveram com outras pessoas e, pouco tempo — e muita coragem — depois, o Cristiano entendeu e assumiu o seu querer: ele era gay.
Quando o Matheus ficou sabendo, já guardava um interesse dentro de si, mas resolveu esperar um encontro fortuito — afinal, as festinhas e as turmas dos dois ainda eram as mesmas.
Algum tempo depois… O destino providenciou o esbarrão que o Matheus estava esperando, mas chegou com um impasse: o Cris estava acompanhado.
Começaram a conversar como amigos, mas bastou um olhar diferente para os dois entenderem o recado: aquilo não era só amizade.
- Como já dizia Shakespeare, as palavras estão cheias de falsidade ou de arte; o olhar é a linguagem do coração.
E nesse olhar, Cristiano dispensou o paquera da noite e nem precisou responder quando o Matheus pediu um beijo — os gestos anteciparam as palavras.
Um show de música eletrônica seguido de um after pode não parecer o cenário mais romântico pro início da paquera, mas já dizia muito sobre o amor dos dois: leve, animado e nada clichê.
Continuaram se esbarrando por acaso e beijando por querer em outras festinhas, até que aconteceu o primeiro desencontro: o Cristiano começou a namorar outra pessoa.
Traçando caminhos opostos, eles seguiram felizes, mas, vez ou outra, perdiam o sono lembrando daquele amor que tinha ficado pra trás.
- Nas palavras de Carpinejar, a paixão vive fora do tempo. O amor vive no tempo porque deixa rastros.
Seguindo esses rastros, eles se reencontraram. O Cristiano estava solteiro, porém, como o destino é arteiro, a falta de sincronia sobrou pro Matheus: ele estava indo passar 6 meses em Barcelona.
Mantiveram contato nesse tempo e, quando o Matheus voltou, tudo estava encaminhado: a saudade era grande, mas o amor era maior.
- Frequentavam as mesmas baladas aos sábados, tomavam um bom vinho na sexta à noite e só faltava o pedido de namoro para oficializarem a relação.
Até que… Em uma festa qualquer, com música alta, os amigos de sempre e alguns shots alcoólicos, resolveram dar esse passo. Dia 10 de novembro de 2019 é a data do início do namoro — mas o amor veio bem antes.
Há quase 3 anos, Cristiano e Matheus seguem mostrando que o que é pra ser tem muita força e que caminhar por essa vida de mãos dadas deixa o percurso muito mais gostoso.
Hoje, além dos amigos, dividem essa relação com suas famílias e comprovam o que já falamos na nossa newsletter: não existe nada melhor do que ser quem se é e amar quem se quer.