Nem só de sucesso vivem os cases do mercado. Na verdade, a grande maioria dos negócios não vingam. Mas alguns desses prometem tanto, que viram case de fracasso.
Em 2020, a Quibi apareceu com a nova plataforma que revolucionaria o mercado de streaming. E ela tinha — quase — tudo pra isso:
- Novo conceito: Foco 100% no mobile, conteúdo curto e de alta produção, considerando a velocidade do mundo atual;
- Fortes nomes: A CEO já havia sido presidente do eBay e HP, enquanto o fundador havia sido presidente do conselho da Disney e cofundador da DreamWorks;
- Elenco: Nas produções, havia estrelas de Hollywood e grandes celebridades.
- Capital: Com investidores como Sony, Alibaba e Disney, eles captaram US$ 1,75 bilhão para ir ao mercado.
E mesmo assim… Em apenas seis meses de operação, a empresa anunciou que estava encerrando suas atividades.
E qual foi o motivo para dar ruim?
Nada de bola de cristal por aqui. Há algumas razões possíveis — e provavelmente foi o conjunto delas…
Primeiro, o mercado e o modelo de negócio: Com diversas plataformas de grandes empresas e produtoras, ganhar espaço é bem difícil; fazer as pessoas pagarem, mais ainda.
O app não permitia tirar prints ou compartilhar trechos de suas produções. Essa funcionalidade até evitaria plágio e conteúdo pirateado, mas, ao mesmo tempo, tirou o poder de viralização. Faca de dois gumes.
Outro ponto… A ideia da Quibi era fazer conteúdo curto e adaptado para o formato vertical do celular, exatamente para ser assistido nos intervalos da correria da rotina — no transporte pro trabalho, por exemplo.
- Com pandemia e as pessoas ficando em casa, elas passaram a ter mais tempo para assistir a séries e filmes.
Além disso, a empresa não conseguiu enxergar quem eram seus maiores concorrentes — não eram os serviços de streaming.
Pare pra pensar: Você não dá play numa série quando está esperando o Uber. Você, provavelmente, abre o seu TikTok ou Instagram, até o tempo passar.
- Sem entender quem roubava a atenção dos seus potenciais clientes, a empresa não conseguiu desenhar estratégias efetivas para mudá-los de app.
Alguns meses depois de suspender as atividades, a Quibi vendeu suas produções para o serviço de streaming Roku. E, assim, a empresa saiu 100% do mercado.