Você esperaria 3 anos para comprar um relógio? Talvez sim, talvez não. Tudo depende de quão grande é a sua vontade (e sua paciência) de tê-lo.
Esse é o tempo que as pessoas que querem alguns modelos de Rolex têm que esperar para poderem adquirir seus objetos de desejo.
- E caso você pense que não há motivo racional para gastar muito dinheiro em um relógio, saiba que isso nem sempre é verdade.
Muitos deles são verdadeiras joias, cujo valor aumenta com o passar dos anos. Em outras palavras, é possível ganhar dinheiro comprando relógios. O gráfico mostra isso:
Batendo a inflação… Com folga 🥊
Entre 2017 e 2022, esse modelo de Rolex Submariner valorizou 100%, ou seja, passou a valer o dobro. Durante esse período, a inflação foi de pouco mais de 30% no Brasil e de cerca de 20% nos Estados Unidos.
Bateu um arrependimento de não ter comprado esse relógio antes? risos. Em alguns casos, comprar um relógio pode ser um belo investimento.
De 2021 para 2022 📈
O preço de alguns modelos de Rolex aumentou em mais de 10%, comparando 2021 com 2022. Vale destacar que esse período foi atípico, devido à alta inflação que atingiu o mundo todo.
- Nos EUA, por exemplo, foi de cerca de 7%. Muitos países europeus ficaram em torno de 5%.
No entanto, a demanda pelos relógios está tão grande que está quase impossível adquiri-los de varejistas a preços listados.
Existem modelos que chegam a ser vendidos no mercado de segunda mão por duas ou três vezes o preço sugerido.
A Rolex sabe disso…
E está trabalhando para aumentar sua oferta. No entanto, é mais difícil do que parece. Para a marca manter a qualidade de seus produtos, precisa aumentar sua força de trabalho.
- Acontece que não é tão fácil assim encontrar relojoeiros qualificados, o que está subindo os salários da profissão.
Por outro lado, também existe um ponto positivo para a empresa, visto que seus relógios estão valendo mais por conta dessa escassez.
Pra você ter uma ideia, esses foram alguns dos modelos de Rolex que mais valorizaram de 2021 para 2022:
Nada mal, né? Para efeito de curiosidade, no ano passado, a Rolex:
- Vendeu mais de 1 milhão de relógios;
- Faturou cerca de US$ 8 bilhões;
- Se manteve na liderança do mercado de relógios de luxo, com quase um terço de participação no setor.
Na contramão da crise 🚀
Os relógios não foram os únicos itens de luxo que valorizaram na pandemia. A Porsche cresceu cerca de 25% no Brasil, no ano passado. A empresa bateu um recorde de vendas, com mais de 3 mil emplacamentos no nosso país e mais de 300 mil no mundo todo.
Assim como a marca de luxo Rolls-Royce, foi o melhor ano em vendas da sua história. E poderiam ter vendido até mais.
- A própria marca automotiva já disse que a procura por automóveis no país é maior do que a capacidade que eles conseguem atender.
A alta demanda somada à oferta limitada gerou filas de espera e aumentou os preços. Como já falamos aqui, carros seminovos da marca chegam a valer 30% a mais do que veículos zero — ou até mais, dependendo do modelo.
Muitas pessoas preferem pagar mais caro do que ficar meses na fila de espera.
Por que os bens de luxo venderam tanto? 🛍
As restrições da pandemia contribuíram bastante. Muitas pessoas que costumavam gastar dinheiro com viagens e experiências foram impedidas dessas possibilidades.
O que restou? Gastar dinheiro com produtos — incluindo os luxuosos —, em vez de serviços.
A importância de ter uma marca forte 💪
Essas marcas possuem uma característica em comum. Faça chuva ou faça sol, sempre existirão pessoas dispostas a pagarem por seus produtos.
São anos de marketing bem feito e encantamento dos clientes com seus produtos, que criam um desejo tão, mas tão forte pelo que vendem, que tornaram-se capazes de vender em qualquer momento.
- Até mesmo em uma pandemia. E olha que estamos falando de produtos caros, o que deixa ainda mais clara a força dessas marcas.
Quem compra um Rolex, não está comprando um relógio. Está comprando um Rolex. A marca está à frente do produto — essa é a magia.
Os altos preços também ajudam nisso 💸
É um efeito reverso do preço. Quanto mais caro e mais escasso, maior a vontade das pessoas em ter, pois gera um senso de exclusividade.
- Assim, além da marca, essas empresas conseguem construir valor à partir do preço, e não à partir do valor.
Sem contar que a maior parte do público-alvo deles não foi tão afetado na pandemia, pois deu um jeito de contornar a situação — ou não sofreu com as restrições e mudanças de mercado geradas pela COVID.
É só parar pra ver: As 10 pessoas mais ricas do mundo dobraram sua fortuna durante a pandemia.