Por que as BIG TECHs gastam bilhões com lobby? 😳

First things first. No dêbiz da terça passada, falamos sobre o investimento de Musk no Twitter — que, além de ter comprado cerca de 10% da empresa, agora quer adquirir os 90% restantes e torná-la privada.

  • Conforme você já viu naquele texto (já viu, né?), muito mais do que dinheiro, o que o do bilionário ganha com esse moove é o poder de deter o controle de um canal de mídia usado diariamente por mais de 200 milhões de pessoas.

Além disso, comentamos que Bezos comprou o Washington Post, em 2013, por US$ 250 milhões. Novamente, o objetivo não foi ganhar dinheiro, mas sim, ter o controle da informação através de um veículo de bastante credibilidade. Esse assunto nos leva a outra questão muito ligada a isso:

O lobby das BIG TECHs 🏛️

Neste caso, lobby é quando as empresas pressionam o governo ou políticos para influenciar as decisões do poder público de acordo com seus interesses — ou seja, atuam principalmente no Legislativo, para persuadir o governo a aprovar determinada lei favorável a eles, por exemplo.

No Brasil, temos uma imagem mais obscura dos lobistas. Já nos EUA, é algo mais comum e aceito. Tanto é que as BIG TECHs, em média, estão gastando cada vez mais para fazer lobby no governo norte-americano. Veja esse crescimento no gráfico:

O céu é o limite ⛅

As BIG TECHs estão aumentando seus gastos com lobby político. Na última década, só essas 5 empresas, juntas, gastaram mais de meio bilhão de dólares para tentar influenciar os tomadores de decisões políticas.

Um dos principais objetivos desses gastos são as complicações antitruste. Por estarem sempre adquirindo novas empresas, é comum que as gigantes de tecnologia enfrentem problemas com órgãos reguladores, que podem barrar as aquisições alegando a formação de monopólios.

É por isso que a Meta é a que mais gasta 💸

A companhia sofre a todo momento com processos de agentes do governo que defendem que o império do Tio Zuck é um monopólio ilegal de redes sociais, o que caracterizaria uma conduta anticompetitiva.

Além disso, outro fato que contribuiu para o aumento do gasto dessas companhias em lobby foi o presidente Biden ter nomeado Lina Khanespecialista em antitruste e grande crítica das BIG TECHs — para chefiar a Federal Trade Commission, agência americana que busca defender os interesses dos consumidores, em meados de 2021.

Na prática, como eles poderiam fazer lobby? 🤔

Em 2018, uma notícia divulgada pelo Washington Post envolvendo o, na época, presidente dos EUA Donald Trump, o deixou indignado, fazendo com que ele chamasse o jornal de “lobista caro da Amazon”, por ser usado para proteger a companhia contra reivindicações antitruste.

Se Trump estava certo ou não, pouco importa. O ponto aqui é que, independente de qualquer coisa, Bezos possui esse poder. Através do controle do jornal, ele pode divulgar notícias de forma tendenciosa para favorecer seus negócios — seja influenciando a opinião pública, ou pressionando políticos, por exemplo.

Novamente: Não estamos dizendo que ele faz isso, somente que ele possui esse poder. Da mesma forma, Musk, ao comprar o Twitter, poderia obter uma vantagem parecida: Controlar, de forma sutil, a informação e as narrativas, além de ter mais liberdade para dizer o que quiser na rede social, de acordo com seus interesses.

Além disso, ambos os bilionários, com seus respectivos veículos, podem fazer política de outra forma, falando diretamente o que lhes interessa, sem o custo moral e financeiro de trabalhar com lobistas.

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