Expansão internacional. Quando o assunto é esse, não há como não pensar na China. Afinal, estamos falando de um mercado enorme, que vem crescendo bastante, bem como o poder aquisitivo de sua população.
Pra você ter uma ideia, entre 2000 e 2018, a classe média chinesa cresceu de 3% para mais de 50% da população do país — totalizando, atualmente, ao menos 700 milhões de pessoas, que têm mais renda do que nunca para gastar em bens de consumo e serviços.
- Isso faz com que diversas empresas dos EUA ingressem — ou pelo menos tentem — no mercado chinês.
No entanto, embora o potencial do mercado seja muito grande, o ambiente chinês é bem complexo para negócios e apresenta diversas dificuldades para entrada de empresas estrangeiras.
A prova disso? Basta ver que algumas das maiores empresas do mundo acabaram parando suas operações na China, após terem ingressado no país. Essas são algumas delas:
Por que essas empresas saíram da China? 🚪
Em geral, os motivos são bem parecidos, podendo ser divididos em duas catagorias principais: 1) dificuldade dos varejistas em se adaptarem e 2) conflitos de empresas de tecnologia com reguladores. Entenda melhor abaixo:
1) Varejistas que não se adaptam 🛒
No mercado de varejo, a cultura da população influencia muito. Os hábitos, costumes e padrões de consumo podem ser bastante diferentes, o que “quebra a cara” de quem chega pensando que vender na China é igual a vender nos EUA, por exemplo.
- A Best Buy aprendeu isso da pior forma. A empresa de eletrônicos foi surpreendida ao descobrir que os consumidores chineses não estavam dispostos a pagar mais por produtos eletrônicos de marca.
Assim, a forte presença de produtos semelhantes (ou falsificados) e mais baratos no mercado chinês, combinada a uma maior sensibilidade a preços da população local, contribuíram para que a empresa desistisse do país em 2011.
O case The Home Depot x IKEA 🪑
A Home Depot, loja de produtos para o lar e construção civil, também sentiu na pele as diferenças culturais, principalmente o fato dos chineses não gostarem da ideia de terem que montar seus próprios móveis.
- Mas, então, como explicar o sucesso na China da empresa sueca IKEA, que também vende móveis domésticos e é conhecida por fazer seus clientes montarem tudo sozinhos? É uma boa pergunta. Afinal, as duas empresas entraram na China na mesma época, mas só uma continuou por lá.
Aqui vai nossa resposta:
A tradição da casa própria é algo relativamente recente na China. Por conta disso, muitas pessoas não têm noção de como mobiliar ou decorar uma casa. E a IKEA possui showrooms, onde mostra modelos de cômodos para ajudar as pessoas com isso.
Nesse contexto, os consumidores chineses precisam ser educados. Eles querem alguém para ensiná-los e orientá-los. É aí que entra a IKEA. A empresa, além dos móveis, investe na educação do mercado — e colhe os frutos disso.
2) Empresas de tech vs. Reguladores 🥊
O que não faltam são bons exemplos. Diversas gigantes americanas, como Google, Amazon, LinkedIn, eBay e Uber fracassaram ao entrar na maior economia da Ásia.
- Os motivos? Em geral, o excesso de burocracia e procedimentos regulatórios, leis ambíguas, repressão, baixa proteção dos direitos de propriedade intelectual, além da tendência do governo de favorecer empresas nacionais.
Pegue o Google como exemplo…🔍
A empresa foi hackeada diversas vezes e sofreu com uma série de ataques cibernéticos, censuras, questões políticas, restrições e roubos de propriedade intelectual vindos da China, que culminaram em sua saída do país.
- E detalhe: Quando deixou a China, o Google tinha cerca de 35% do mercado de buscas, atrás apenas da empresa chinesa Baidu, com quase 60% de participação. Ou seja, eles abandonaram um mercado em que já eram gigantes.
Esse é só mais um dos muitos exemplos de empresas americanas que não conseguiram se firmar no mercado chinês. Diante de tais situações, sobram duas opções: aprender, se adaptar e seguir as diretrizes do país ou sair do mercado. But, na prática, it’s not that simple. risos.