Contente-se com o chorizo uruguaio. A Argentina, um dos 5 maiores exportadores de carne do mundo, anunciou a suspensão de suas vendas para o exterior por 30 dias.
- Por quê? Para conter a alta dos preços, já que a cotação da carne subiu mais de 60% para os argentinos só em abril, aumentando os temores de inflação.
O raciocínio: Se não podem vender pra fora, os produtores vão aumentar a oferta no país, o que tende a fazer com que os preços locais caiam. Há quem diga, no entanto, que o sistema funciona em ciclos — sendo o atual momento um ciclo de alta — e que não exista essa relação direta entre as exportações e o preço interno da carne.
- Em resposta, associações agrárias patronais, que não gostaram nada da decisão, decidiram protestar e suspenderam a venda de seus produtos de 20 a 28 de maio. Lockout.
Mas onde entra o Brasil? 🇧🇷
Nós exportamos mais carne que os hermanos, logo, a decisão nos afeta diretamente. Para compensar a redução da oferta argentina, a demanda externa, principalmente da China, deve precisar de mais carne brasileira, o que favorece nossos produtores.
Por outro lado… Isso pode abrir espaço para que o preço da carne também aumente por aqui, renovando possíveis máximas. Só para lembrar, em 2020, a carne bovina subiu 35,22%, sendo um dos motivos a alta na exportação.
E as empresas brasileiras? As ações da Marfrig e da Minerva, listadas na Bolsa, caíram ontem. Isso aconteceu porque ambas operam no país vizinho, e, se os produtores argentinos vão lotar os açougues, vai sobrar menos espaço para elas. Tudo interligado…
O que mais é relevante no país?