Grupo Wagner ameaça controle do Putin, que reverte situação a tempo

Bruno Costa

26 junho 2023Última atualização: 26 junho 2023

O final de semana foi tenso e intenso para o governo Putin. O motivo não foi o exército ucraniano, a Otan ou os Estados Unidos, mas o Wagner, um grupo de mercenários russos que se revoltou contra o próprio governo.Para ter uma ideia da dimensão, o sábado marcou o dia em que, provavelmente, Putin esteve na situação mais frágil de todos os seus 23 anos de governo. Vamos começar do começo...Quem são esses mercenários? 🏴‍☠️O grupo Wagner é uma organização criada pelo antigo braço direito e amigo pessoal de Putin, Yevgeny Prigozhin, dono de empresas que fornecem serviços ao Kremlin e a estatais russas, com contratos bilionários.

Ironia do destino... Foi o próprio Putin quem cedeu terras para a criação do Wagner. Aliás, militarmente, o grupo é liderado pelo ex-oficial do Centro de Inteligência russo, Dmitry Utkin, que tem tatuagens nazistas.

Ao todo, são cerca de 25 mil soldados sem vínculos oficiais, entre agentes, ex-prisioneiros e voluntários que têm práticas de violência extrema. Todos os armamentos e munições vêm do exército russo.O grupo está presente em batalhas de diversas regiões, entre Oriente Médio, África e até na Venezuela. Claro, eles também estão na linha de frente da Guerra da Ucrânia.A tensão do final de semana... 🧨Trocando farpas há alguns meses, na sexta, Prigozhin acusou o Ministério de Defesa russo de atacar os acampamentos do grupo. O governo negou o fogo amigo, mas de nada adiantou.Prigozhin anunciou uma marcha até uma cidade próxima à fronteira, Rostov, que foi rapidamente tomada pelos mercenários. Mas o grande objetivo era assumir o controle de Moscou.

Putin chegou a posicionar e reforçar as tropas na capital. No entanto, a 200km da cidade — e de um possível caos generalizado —, o chefe do grupo decidiu voltar atrás na operação.

Com intermediação do presidente da Bielorússia, Prigozhin está indo para o país vizinho, enquanto o Kremlin retirou as acusações contra o grupo. Mais cedo, Putin tinha classificado a rebelião como uma facada nas costas.

Big Picture: Mesmo com a situação revertida no final, Putin sai enfraquecido, tendo mostrado fraqueza para controlar um evento interno. O ditador da Belarus, por sua vez, mostrou a sua importância para a Rússia, sua aliada.

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