No começo da nossa história, Luiza tinha 19 anos e Gustavo, 20. Com mundos e ideias em formação, o caminho dos dois acabou se cruzando.
O sentimento foi de primeira, mas eles ainda não sabiam como conciliar o amor com a liberdade — que sempre pulsou tão forte nos dois.
A Luiza era da área de humanas e estava sempre envolvida em projetos sociais. Já o Gustavo cursava engenharia e tinha muito mais facilidade para lidar com números do que com sentimentos.
- Apesar das diferenças, os dois se complementavam. Aliás, a Luiza pensa que foram essas diferenças que tanto encantaram o Gustavo.
Ele amava ouvir sobre as experiências dela e até participou de um projeto aqui e outro ali. Gustavo estava aberto para ampliar suas visões — e mais aberto ainda para ouvir a Luiza falar.
Nas palavras de Pitágoras, falar é lançar a semente. Escutar é se preparar para fazer a colheita. Os dois plantavam e colhiam juntos.
Porém… Quando eles começaram a procurar estágio, o namoro ficou tenso. O ciúmes substituiu o diálogo, e a insegurança falou mais alto.
- Para que a vida a dois não os prejudicasse individualmente, eles terminaram — mas continuaram torcendo um pelo outro.
De longe, a Luiza aplaudia o sucesso do Gustavo e o coração dele continuava pulsando a cada experiência dela. Ficaram distantes fisicamente, mas o carinho nunca cessou.
Com tempo e esforço, eles amadureceram. Aprenderam a dialogar e encontraram um caminho do meio, voltando aos trilhos de mãos dadas.
Olhando para trás, a Luiza não sabe se ela já se imaginava construindo um futuro com o Gustavo, mas sabe que eles insistiam um no outro como se tivessem certeza.
- Quando o namoro se encaminhou de novo, chegou o momento dele alçar um voo mais distante: fazer um intercâmbio profissional na Alemanha.
Enquanto isso, a Luiza estava no último semestre da faculdade, vivendo as festas e celebrações que antecipavam a formatura. Apesar da distância, eles se esforçaram para fazer dar certo.
E assim foi. Reformularam acordos e alinharam expectativas, se fazendo presentes nos diferentes momentos que estavam vivendo.
- Conciliando compromissos, ela conseguiu visitá-lo na Alemanha, e os 40 dias que passaram juntos só fez a admiração crescer ainda mais.
Quando o Gustavo retornou ao Brasil, estava na época da sua formatura. Por acaso, a Luiza leu sobre um evento em São Paulo e pensou que seria uma grande oportunidade para ele.
Não deu outra: Enxergaram o potencial nele — que ela previa — e ele conquistou um trabalho alinhado com tudo o que queria.
Novamente, eles estariam distantes, mas o desejo de ficarem juntos não brigava com o desejo de crescerem profissionalmente — um fortalecia o outro.
- Com a pandemia, ele voltou de São Paulo e os dois passaram alguns meses compartilhando a vida em poucos metros quadrados.
Nesse tempo, eles viram que sempre teriam novidades para descobrir sobre o outro. Mesmo se a vida fosse só os dois, estaria tudo bem: “só os dois” já era muita vida.
Compartilharam amigos e conheceram uma boa parte do mundo. Juntose separados viveram histórias inesquecíveis, crescendo como pessoas e como casal.
- Hoje, o Gustavo está alçando um novo voo que sempre quis voar: sair da casa dos pais para morar sozinho.
A Luiza fica feliz em acompanhar asdecisões sobre a roupa de cama e se orgulha do Gustavo em todos os papéis que ele exerce: filho, amigo, namorado e, agora, dono de casa.
Sobre as inquietações que tinham lá no início, eles ainda não têm todas as respostas, mas uma coisa já sabem: não se concilia o amor com a liberdade, porque o amor é liberdade.