O Marcílio e a Livia se conheceram como a grande maioria dos casais: um amigo em comum disse que eles tinham “tudo a ver”.
- E não é que mesmo com todas as diferenças, os dois se complementavam perfeitamente?
Amantes do melhor que a vida tem a oferecer, eles já começaram o namoro viajando o mundo. Conheceram lugares inesquecíveis, se amando e sendo felizes: livres e juntos.
Dez anos depois… O Marcílio perguntou se a Lívia se casaria com ele. O pedido foi na Grécia e eles já voltaram de lá casados — só colocaram no papel o que já era fato no coração.
- Chegaram no Brasil com alianças no dedo, e mais uma surpresa para mudar o caminho dos dois: a Lívia estava esperando a Flávia.
Diferente da maioria dos casais, que vivem pensando no próximo passo, com eles, não existiu planejamento: enquanto curtiam a vida, tudo aconteceu como tinha que acontecer.
Os dois aproveitaram o mundo juntos e, agora, tinham um novo mundo para encarar, fazendo o possível e o impossível para criar a Flávia com muito amor.
Porém… Quando ela completou 20 anos, o Marcílio adoeceu e acabou falecendo — mas a história que vamos contar está longe de ser triste.
- Desde que ele partiu, a Flávia já tentou, várias vezes, escrever-lhe uma carta, mas as palavras nunca vieram.
Nos últimos meses, em especial com a chegada do Dia dos Pais, a saudade tem apertado mais, as lembranças têm voltado mais e, incrivelmente, as palavras têm vindo com mais facilidade.
Nos altos e baixos da vida, a Flávia agradece por ter tido um pai que sempre esteve ali, deixando o mundo de lado — ou de cabeça pra baixo — para ouvi-la, dar colo e conforto.
De vez em quando, ela se pega pensando o quão mais poderia ter aprendido com ele. Será que, com um pouco mais de maturidade, a convivência dos dois teria sido mais leve?
- A Flávia não sabe responder, mas hoje enxerga que teve o privilégio de receber o amor mais puro e escancarado que já experimentou na vida.
Ela se lembra, como se fosse hoje, das inúmeras vezes em que estava chateada e ouviu seu pai dizer que ficaria tudo bem. Só de saber que tinha colo, tudo realmente ficava bem.
Há quem sinta raiva do mundo nas perdas, mas a Flávia sabe que tem sorte: existe presente maior do que ter um coração preenchido com lembranças especiais?
- Dentre tantas outras coisas, o maior legado que o seu pai deixou foram oportunidades e pessoas.
A Flávia ficou com a oportunidade de amadurecer sem perder a leveza e ganhou as melhores pessoas para lhe darem a mão, conforto e carinho.
A sua incrível mãe, Lívia, sinônimo de porto seguro, resiliência, leveza e amor. Seus tios de sangue, Márcio e Sérgio, e os de coração, Eduardo, Julinho, Edmundo e Fernando.
Hoje, a Flávia agradece por sentir essa presença constante e deseja um feliz Dia dos Pais. Aos pais, às mães que são pais, aos tios que são pais e aos amigos que são pais.